data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)
Depois que a região de Santa Maria foi classificada como bandeira vermelha, na sexta-feira, em mapa preliminar da 19ª rodada do modelo de Distanciamento Controlado, a Associação dos Municípios da Região Centro (AMCentro) enviou ao Estado um recurso pedindo a reclassificação para a bandeira laranja.
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O pedido deve, agora, ser analisado na segunda-feira pelo Gabinete de Crise. O mapa definitivo é divulgado durante a tarde. As regras mais rígidas, caso a cidade não consiga uma reversão da situação, passam a valer a partir de terça-feira. Até lá, a região de Santa Maria pode seguir com os protocolos da bandeira laranja.
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Os prefeitos estiveram em reunião, no sábado, para debater as possibilidades e analisar os dados em conjunto. São quatro os argumentos do pedido de reconsideração feitos pelos prefeitos da região: correção no indicador de ocupação de leitos por pacientes Covid-19 (três pacientes internados são de fora da região); correção no indicador de ocupação de leitos por pacientes com síndrome respiratória aguda grave (três não são da região); correção no indicador de óbitos (uma morte teria ocorrido fora da semana em análise pelo governo estadual); e reforço das ações positivas que demonstram capacidade de gestão na pandemia.
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Neste último, o argumento apresentado reforça que o município de Santa Maria teve um aumento de 12% no número de curados (de 66% para 78% na semana), que aumentou o número de testagem (ultrapassando os 22 mil testes aplicados), e que as situações de surto já foram identificadas e estão monitoradas.
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Para o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB), desta vez, as imprecisões nos indicadores são muito fracas para contestar, diferente da outra vez em que a região foi classificada na bandeira vermelha, mas após revisão nos dados conseguiu ficar na laranja em definitivo.
- É diferente do que foi da outra vez. Não me causou surpresa nenhuma nós termos ido para a bandeira vermelha. Hoje, eu tenho convicção de que nós fizemos a coisa certa enviando o projeto das máscaras para a Câmara, porque ela é a única coisa que pode, nesse momento em que aumentou a circulação do vírus na cidade, nos proteger. É óbvio que não queríamos essa situação, mas se ficarmos na bandeira vermelha nesta semana, entendo que vai servir como um grande alerta à população. Independentemente da bandeira, a gente tem que ter conscientização - comenta Pozzobom.
data-filename="retriever" style="width: 100%;">Mapa preliminar do modelo de Distanciamento Controlado divulgado na sexta-feira. As regiões com um ponto azul aderiram ao plano de cogestão
Além do recurso apresentado, as regiões que foram classificadas em vermelho também podem entrar no modelo de cogestão, do qual Santa Maria não participa até agora. Se o plano elaborado pela região, com dados obtidos a partir da formação de um Comitê Científico, for aprovado pelo governo, os protocolos podem ser menos rígidos que os da bandeira vermelha, mas não iguais ou menores do que a da laranja.
No entanto, o plano de cogestão ainda não é uma alternativa para o chefe do Executivo de Santa Maria. O assunto deve ser colocado em pauta somente na segunda-feira, após o resultado definitivo do modelo de Distanciamento Controlado.
- Há um problema de ordem técnica nesse modelo de cogestão. Caxias do Sul, por exemplo, adotou o plano e não está mais saindo do vermelho. Eu não quero isso aqui. Nós vamos fazer um debate de ordem muito técnica e crítica, porque eu não posso, no momento em que a gente sai de uma estabilidade da bandeira laranja depois de 18 semanas, já pensar no que nós podemos flexibilizar. É um absurdo isso aí - afirma Pozzobom.
REGRA 0-0
Dos 32 municípios da região de Santa Maria, 23 cidades podem adotar o protocolo da bandeira laranja, mesmo se a região ficar em definitivo na classificação vermelha, por conta da Regra 0-0, que vale para locais que não tenham registrado nem óbitos nem hospitalizações associadas à Covid-19 nos últimos 14 dias. No entanto, nove cidades (veja a lista abaixo) terão que se ajustar às regras da bandeira vermelha obrigatoriamente.
Um desses municípios é Nova Esperança do Sul, que até a última quarta-feira, era a única cidade da região que ainda não havia registrado casos de Covid-19. Porém, teve a primeira morte contabilizada em decorrência da doença. O prefeito Antão Perufo afirma que não esperava a mudança de bandeira.
- Recebi a notícia com surpresa. Vamos entrar com recurso. Se permanecer na vermelha, vamos cumprir as ordens. A gente fica um pouco chateado, mas vamos respeitar o que a bandeira diz - explica o prefeito.
A morte registrada em Nova Esperança do Sul foi de uma idosa de 68 anos, que estava internada no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). O prefeito contesta os critérios do Estado:
- Entramos em contato com a 4ª Coordenadoria Regional de Saúde (4ªCRS) e disseram que não adianta dar "30 testes negativos", pois valeria aquele único positivo. Com isso, fugiram as hipóteses de reverter a situação. Houveram dois testes laboratoriais negativos e um positivo. Um foi feito dia 28, e o outro dia 29. Mas o que valeu foi um feito no Hospital de Santiago, enviado ao Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen), que deu positivo.
Ainda de acordo com o chefe do Executivo de Nova Esperança, os familiares da vítima foram testados e tiveram resultado negativo.
Da mesma região, Santa Maria e outros 8 municípios não poderão adotar as regras da bandeira laranja porque registraram internações e/ou mortes por Covid-19. As nove cidades são:
- Santa Maria
- Santiago
- Nova Esperança do Sul
- Agudo
- Cacequi
- Jari
- Júlio de Castilhos
- Dona Francisca
- Itaara
As cidades da região de Santa Maria que podem seguir, nesta semana, com regras da bandeira laranja, independentemente do resultado do recurso, são:
- Capão do Cipó
- Dilermando de Aguiar
- Faxinal do Soturno
- Formigueiro
- Itacurubi
- Ivorá
- Jaguari
- Jari
- Mata
- Nova Palma
- Paraíso do Sul
- Pinhal Grande
- Restinga Sêca
- São Francisco de Assis
- São João do Polêsine
- São Martinho da Serra
- São Pedro do Sul
- São Sepé
- São Vicente do Sul
- Silveira Martins
- Toropi
- Unistalda
- Vila Nova do Sul
*Colaborou Ian Tâmbara